sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Frustrados?



       Quando nossa expectativa sobre algo nos leva ao confronto de uma realidade diferente nasce uma palavra dura e cruel – frustração.

       A frustração nos cerca por todos os lados, pois, claro que, não contamos que aquela pessoa que tanto gostamos vai nos magoar de vez em quando, que aquela viagem sonhada não vai sair este ano, que quem achávamos ser o grande amor vai partir, que perderemos aquele ente tão querido ou até mesmo que o trânsito estará um caos as onze da manhã.

       Ainda pequenos nos deparamos com sua chegada. Sim! Quando a mamãe alterou a voz e disse “não” sem sequer conseguir chegar ao objetivo traçado, pegar o patinho de louça azul brilhante em cima da mesinha de canto, ela já estava ali à espera pronta para acabar com as expectativas do pequeno. A frustração sempre estará a nos cercar.

       E de lá pra cá as coisas só pioraram e muitos acabaram criando uma espécie de câmara protetora, escolhendo não se envolver ou não tentar algo para evitar o tal sofrer. Esta câmara acaba causando um isolamento nada saudável ou até mesmo criando um ser identificado por aí como o chato, pois quem não se arrisca não tem, não é ou não faz. Tentar é quase como apostar no fracasso ou no sucesso de algo. Perigoso é não se arriscar a nada, ignorarando semelhanças, valores e interesses.

        Envolva-se, faça amigos, compre um cachorro, crie laços, abrace, viva e ame. 
 
 
Do Balaio da Thais

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CTRL+ALT+DEL

      
       Quem nunca se sentiu completamente sem rumo na vida, que atire o primeiro comentário. 

       Quando isso acontece precisamos saber a razão desse sentimento, para buscarmos a solução adequada:

  1.  Se for pane no sistema, pode ser necessário trocar alguma peça;
  2. Se for falta de energia, pode ser por causa de um “mau contato”;
  3. Se as pessoas não te entendem, você pode estar com um programa obsoleto;
  4.  Se você tem tudo que precisa e nada dá certo, pode ser que você não saiba usar seus equipamentos;
  5.  Se você se sente confuso, pode ser vírus;
  6. Se você não encontra o que procura é porque não tem uma boa ferramenta de busca;
  7. Se você não gosta do seu layout mude a configuração;
  8. Se você se sente só, então precisa de uma rede de relacionamentos;
  9. Se contatos indesejados te fazem perder tempo, adote um AntiSpam;
  10. Se você já tentou várias soluções e nada deu certo até agora, ainda te resta recomeçar: dê um CTRL+ALT+DEL na sua vida e seja feliz.     
Do Balaio da Tati
     

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O mar...

        Na poltrona do avião lendo uma revista qualquer e finalmente: - tripulação, preparar para o pouso. Começo a olhar pela janela e logo posso contemplar aquela imensidão de água, sim ele, o mar! Acho que a maioria das pessoas que não mora no litoral e ao passar alguns dias na praia só pensa em aproveitar o calor na areia, se refrescar na água e curtir as ondas! Eu só penso em olhar!! Aos poucos sentir a sintonia que surge com o barulhinho das ondas e abstrair o provocado por pessoas, animais ou carros...

       Morei alguns anos pertinho da praia e posso contar nos dedos das mãos as vezes em que saí de casa para ir à praia com direito a biquíni, protetor solar, canga, cadeira e água de coco. Há muito comprometi a minha relação com a mistura de sol quente, areia e água gelada. Prefiro o entardecer, ou uma noite presenteada com céu estrelado, lua cheia, uma brisa e o soar das ondas. Nada se compara a sentar na areia nessas circunstâncias por alguns minutos. Porque é assim que desfruto da companhia do meu cúmplice, o mar. 

       Cúmplice dos meus sonhos e medos. Guardião dos segredos. E espectador das lágrimas e risos... Me perco na paisagem mesmo rodeada de gente. Meus pensamentos absortos pela sensação espetacular de estar mais próxima de Deus, acolhida, compreendida e quem sabe absolvida. 

        Hoje, em um dia de pura fumaça no cerrado fecho os olhos e só penso nele, no meu cúmplice, o mar! 

Do Balaio da Martinha

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dia da Thais


FELIZ ANIVERSÁRIO! Parabéns! Alegria! Feliz Aniversário! Saúde! Família! Feliz Aniversário! Amigos! Maridão! FELIZ ANIVERSÁRIO! Viagens!  Comidinhas! FELIZ ANIVERSÁRIO! Festa! Risadas! FELIZ ANIVERSÁRIO! Bobagens! Trabalho ! Feliz Aniversário! AMOR! Felicidade! Feliz Aniversário! descanso! Feliz Aniversário! DEUS! FELIZ ANIVERSÁRIO! SONHOS! FELIZ ANIVERSÁRIO! rEALIZAÇÃO! FELIZ ANIVERSÁRIO! bolo! Feliz Aniversário! ESCREVER! PENSAR! FELIZ ANIVERSÁRIO! ERRAR! Feliz Aniversário! ACERTAR! Feliz Aniversário! FELIZ ANIVERSÁRIO! Maceió! FELIZ ANIVERSÁRIO! Feliz Aniversário! Brasília! FELIZ ANIVERSÁRIO! Mundo! Filhota! Feliz Aniversário! Cuidado! FELIZ ANIVERSÁRIO!  Dinheiro! FELIZ ANIVERSÁRIO! Sucesso! AProveitar! FELIZ ANIVERSÁRIO! Ser Feliz! FELIZ ANIVERSÁRIO! bençãos! FELIZ ANIVERSÁRIO!


 Data mais que especial... 
Você merece o Melhor Tha!

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os sem lugar

       Eu conheço algumas pessoas que são a cara do lugar onde vivem. Falo daquelas pessoas que fixam raízes e passam a vida inteira em uma única cidade, às vezes no mesmo bairro e até na mesma casa.

       Os lugares por onde passamos podem ter um cheiro, uma cor, um som ou qualquer outra sensação marcante. Quem nunca disse: nossa, senti o cheiro da casa de fulano (não estando na casa de fulano)? Isso acontece porque tudo que vivemos vai construindo as referências segundo as quais enxergarmos o mundo.

       Passar a vida inteira morando na mesma cidade não significa que a pessoa não tenha se aventurado ou tido muitas experiências na vida, pois mesmo que ela tenha permanecido naquele lugar, na medida em que alguns se foram e outros vieram, o lugar deixou de ser o mesmo.

       Contudo, quem não passou pela experiência de viver em lugares muito diferentes (nos costumes, sotaque, idioma, etc.) provavelmente nunca teve a sensação de que deixou uma vida pra trás, o que normalmente inclui um trabalho, amigos, hábitos, cheiros, sons e cores.

       Experimentar viver em um lugar novo e bem diferente do que estamos acostumados é uma experiência riquíssima, mas ela também tem um preço. Quanto mais nos adaptamos a uma vida diferente, mais precisamos reconstruir nossas referências. Acontece que volta e meia as velhas referências batem à nossa porta e nos dão a sensação de estarmos fora do nosso lugar. O problema é que mesmo que a gente retorne para as velhas referências, as novas um dia baterão à nossa porta e nos darão a mesma sensação de estarmos fora do nosso lugar.

       Estou segura de que um brasileiro que vai estudar na Alemanha sabe perfeitamente que está fora do seu lugar, seja porque ele está ligado às lembranças da sua terra, seja porque os alemães fazem questão de que ele se lembre que não é de lá. Todavia, arrisco dizer que o Brasil nunca mais será o mesmo pra ele e que quanto mais ele se adaptar à Alemanha, mais o Brasil deixará de ser o seu lugar. Mesmo assim, completamente adaptado, a Alemanha nunca se tornará o seu lugar também.

       É sobre essas pessoas que eu escrevo: os sem lugar. Aqueles que, porque experimentaram mudanças significativas, tiveram a oportunidade de viver várias vidas. Digo várias vidas, porque considero que o ambiente influencia naquilo que nos tornamos, na forma como agimos e nas amizades que construímos. Como se em cada lugar vivêssemos um personagem, o que só notamos quando mudamos de papel.

        Por outro lado, se você é um sem lugar, pense bem...
        Qualquer lugar pode ser seu.

Do Balaio da Tati

domingo, 5 de setembro de 2010

Já vendi

        
          Durante a minha vida tive que aprender a lidar com mudanças. Geográficas, físicas ou químicas, penso que posso relacionar a química aos sentimentos humanos, mudanças geram inquietações em mim, pois gosto do cotidiano, gosto do meu canto, gosto das lojinhas próximas a minha moradia...
Algumas mudanças são impostas e outras de pura escolha.
- Oi, amor. Estou numa reunião. Pode falar depois? - disse ele sussurrando com a boca grudada no telefone.
- Não. Tem que ser agora, mas é rápido: estou vendendo nosso apartamento,tá? - essa era eu acabando com a reunião...
Foi assim que aconteceu a nossa mudança.
Mudanças são importantes. Pessoas mudam por necessidade ou por desejo e somos estimulados a mudar, pelo menos, para acompanhar as mudanças do mundo que são cada vez maiores. Mas o sentimento de conforto e segurança muitas vezes nos confunde: "sei que preciso mudar, mas prefiro deixar como está...".
O racional entende que a mudança precisa acontecer, o emocional precisa ser convencido e, mesmo assim, reluta. Duro é sair de uma zona de conforto, que é confortável principalmente porque é conhecida. 
Chegou o dia da mudança, que eu escolhi fazer, e estava certa que fazia o melhor, pois iria para um espaço maior e mais confortável... No dia da mudança, ao ver o caminhão chegar, o Macunaíma que habita em mim se manifestou: "ai, que preguiça da mudança".
E convivo com os meus dois "eu" interior - o que quer permanecer e o que quer mudar.Não cobro de ninguém "ser uma maluca beleza", pois não a sou, mas as mudanças fazem parte da vida e são boas quando trazem acréscimos: ir para outro emprego, promover mudanças no visual ou criar novos hábitos de vida significa ganhos e não perdas.
Mudanças para sair da comodidade, enfrentar o desconhecido, avaliar comportamentos ou ter coragem para mudar o rumo da vida...

Do Balaio da Thais



terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizades...

       Gabriela e Cecília se conheceram há 10 anos em um curso de culinária. Cecília vivendo momentos de puro estress no trabalho achou que seria divertido se aventurar em aulas de comida tailandesa. Gabriela mochileira e cidadã do mundo queria através da comida reviver no imaginário uma das suas viagens mais marcantes. As duas mesmo tendo histórias de vida tão díspares, possuirem temperamentos totalmente diferentes e terem crenças religiosas de um abismo colossal, são amigas desde então.

      São amigas, primeiro porque têm vontade, depois sim pelas qualidades que fazem de cada uma apta a este laço afetivo, entram aqui os adjetivos relacionados a cada uma. Ao longo desses 10 anos, Gabriela conheceu a europa, foi para Machu Picchu, morou na Austrália e fez trabalho voluntário na Africa. Cecília casou, teve dois filhos e continua estressada com o trabalho. Não se falam com tanta frequência quanto nos anos iniciais dessa amizade e já passaram uns 3 anos sem notícias uma da outra, mas quando se juntam é uma festa enorme, como se o tempo não tivesse passado, não há cobranças apenas retomam a amizade justamente onde pararam no último encontro.

       A historinha acima ilustra bem o que penso sobre amizade, que parte do querer mútuo de duas ou mais pessoas em compartilhar entre si momentos da vida. Podem ou não terem sido orginadas através de afinidades, sejam geográficas ou biográficas mas o que interessa mesmo é porque e como elas perduram anos a fio com contatos intensos ou esporádicos.

       Acho fantástico como pessoas tão diferentes mantêm um laço tão duradouro, sincero e maduro... Não acho ideal cultivar amizades burocráticas, aquelas cheias de formalidades e que exigem uma rotina . Somos livres para nos aproximarmos de quem quisermos e para nos distanciarmos também... Não quero dizer com isso que só teremos situações bacanas, de pura alegria e comprometidas com o bem-estar. E que ao sinal de dificuldade o afastamento seja a solução. Afinal a vida é repleta de momento difíceis e são os amigos que eventualmente nos dão uma forcinha extra e nos ajudam a supera-los.

       Sei bem que o assunto é complexo e que nossas opiniões sobre o tema dependem do nosso estado emocional, em que estágio da vida estamos e qual futuro ansiamos. Mas sempre estaremos rodeados de pessoas que de alguma forma dão cor e sabor a nossa vida. Tenho prazer em manter amizades tão diversas, mas sempre respeitando cada uma com suas características e imenso valor e que claro transcendem ao tempo.

Feliz dia do amigo!!
 
Do Balaio da Martinha

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Memória

me.mó.ria

sf (lat memoria) 1 Faculdade de conservar ou readquirir idéias ou imagens. 2 Lembrança, reminiscência: Memória do passado. ( Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa)

       Você já ouviu alguém contar em uma roda de amigos alguma história que o envolva e você escuta atônito e depois pergunta – “isso aconteceu mesmo?” . Na verdade nem está duvidando apenas no momento simplesmente não se recorda, acha até que é bem a sua cara o que foi contado, então fica aquela sensação – “como é que eu não lembro disso?”.
       Hoje li que a missão do Google é “organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis e úteis em caráter universal”. Eu sou viciada no Google, acho fantástico como consigo encontrar quase tudo . Mas seria bem interessante se tivessemos um mecanismo de busca similar para ajudar a nossa memória não é? Pensar em algo e em milésimos de segundos vir a memória tudo o que sabemos sobre isso. Na verdade acho até que possuímos essa ferramenta embora os dispositivos de censura sejam bem mais sofisticados, bloqueiam algumas lembranças sem nem sabermos o motivo ao certo.
       Ter a alternatva de catalogar “manualmente” cada lembrança seria muito eficiente! Por exemplo pensar em Vila Velha e aparecer tópicos e mais tópicos de tudo o que vivi por lá, então selecionar o que realmente eu quero guardar:

- Hum, Isso aqui foi espetacular então vai pro topo da lista.
- Nossa! Que fútil! Vai pra lixeira com certeza.
- ahahah que hilário! Preciso mesmo guardar esse dia...

E assim por diante!

       Eu mesma não me lembro de muitas coisas da minha própria vida, já até recebi por um tempo o apelido de “DORY” (isso mesmo, a esquecidinha do desenho “Procurando Nemo”). Já me preocupei bastante com isso, hoje nem tanto, me conformo em saber que no momento ideal vou me lembrar do que for necessário, se não me lembrar é porque não era tão importante e vital.
       Em compensação existem situações que me esforço para manter sempre na memória, em manter com “vida” algumas lembranças. Como por exemplo tudo relacionado a minha avó paterna, uma pessoa especialíssima! Fazia o tipo de prosa fácil, daquelas pessoas que a gente quer apresentar pra todo mundo. De origem humilde, mas de sabedoria digna de Salomão.
       Na impossibilidade de catalogar depois as lembranças prefiro hoje descartar episódios desagradáveis, seja uma indisposição com um desconhecido numa fila de supermercado, ou uma desavença com uma amiga do peito. Não importa! Espero que meus mecanismos de autocensura façam atualizações cada vez mais constantes e que eu consiga filtrar na memória apenas informações que possibilitem um crescimento pessoal. Nisto estou incluindo idéias e lembranças as vezes não tão agradáveis, mas quem é que não amadurece com dificuldades e tristezas?
       O que guardamos na memória nos mostra como chegamos onde estamos, e como somos! Eu me impressiono em como o passado afeta o presente e a partir do momento que temos essa percepção podemos tornar mais prazeroso viver o hoje imaginando o tipo de lembranças que teremos no futuro. Já anseio até que no futuro o tal mecanismo de autocensura se torne obsoleto e desnecessário...

Do Balaio da Martinha

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Era ali?

       Estava dirigindo e, em algum ponto do meu caminho, errei uma entrada. Lá estava eu perdida, sem retorno, em ruas que se cruzavam e me confundiam em mão e contramão. Fiquei um bom tempo fazendo curvas e falando comigo mesma "se eu não tivesse errado aquela entrada”... "se eu não tivesse que vir até aqui”... "se eu tivesse anotado o telefone do lugar..."

       Muitos e muitos "se" brincavam na montanha russa da minha mente. Louca. Porque não pensar logo naquilo que precisava fazer para chegar onde queria?

       Esse lance de perder tempo imaginando o que teria acontecido se tivesse feito uma pequena mudança ou ter tomado uma decisão diferente na vida não acontece somente comigo e agora eu não estou falando somente de uma entrada equivocada. Estou falando de acontecimentos diversos que nos leva à tortura dos "se".

       Ninguém nos obriga a fazer nada. Podemos escolher fazer qualquer coisa por considerá-la importante. Perdi alguns momentos ali me queixando das minhas responsabilidades como se fossem um fardo inevitável sem pensar que toda escolha implica um ganho e uma perda. Então não é o que aconteceu e sim o modo como eu penso no que aconteceu...

       Perco o presente pensando em como poderia ter mudado o passado; especulações que me leva a lugar algum...

       Tem cura?

 
Do Balaio da Thais

terça-feira, 1 de junho de 2010

“Fico Puto(a)!”


       Vocês já repararam que para quase tudo na vida existe uma unidade de medida? A gente mede a temperatura, a pressão, a altura, o peso, a energia, a velocidade, o fator de proteção solar, ... Por isso eu acho que deveríamos ter um medidor de raiva acumulada. Qual a utilidade disso? No mínimo, saber quando você está prestes a estourar. Como toda unidade de medida tem uma sigla (Km/h, Kg, ºC, FPS, etc), a unidade de raiva acumulada poderia ser “FP”, que significa “fico puto(a)!”.
       Se a raiva fosse medida por “FPs” cada pessoa teria sua própria tabela, porque aquilo que me deixa completamente puta, não é necessariamente algo tão grave para outra pessoa. Mas, apesar disso seria possível fazer uma “Tabela de Referência da Frequência FP”, tal como acontece com o exame de sangue, já repararam? Existe uma tabela de referência, apesar de cada pessoa ter seus próprios números (para colesterol, triglicerídeos, plaquetas, etc).
       Quantos casamentos teriam sido salvos se os companheiros entregassem junto com as alianças suas respectivas tabelas “FP”. O Padre diria: “Agora chegou o grande momento, Fulano de Tal, pode colocar a aliança na Cicrana e entregar sua Tabela de Freqüência FP”. No Jornal Nacional apareceriam notícias como: “Boa Noite. Veja no JN desta noite a notícia que abalou o país: revista Veja descobre Tabela de Freqüência FP do ex-presidente Fernando Henrique e revela que ele atribui FP150 (medida máxima – praticamente um enfarto) para a possibilidade de Lula se tornar Prêmio Nobel da Paz”.
       Isso sem contar os sites de relacionamento que teriam a chamada: “Poste sua Tabela de Frequência FP e encontre seu par ideal”. Teríamos também aqueles programinhas: “Monte você mesmo sua Tabela de Frequência FP”. As revistas de fofoca explorariam o tema com manchetes do tipo: “Juliana Paes revela: ser traída não está na sua Tabela de Frequência FP”.
       Em uma escala de 0 a 100, como seria sua Tabela de Frequência FP para: baterem no seu carro que acabou de sair da concessionária; perder um arquivo no computador (que você passou dias elaborando); pegar congestionamento no trânsito quando está a caminho de uma entrevista de emprego que você tanto esperou; deixar queimar o jantar que você preparou para as visitas que estão quase chegando; encontrar sua melhor amiga no cinema com seu ex-namorado; na hora de sair não encontrar a roupa que você decidiu colocar, ... ?

Do Balaio da Tati

domingo, 23 de maio de 2010

Tira Teima

       Quando paramos para pensar na nossa trajetória de vida, em como chegamos onde estamos no momento, lembramos de fatos e pessoas. Trazemos à memória o que nos marcou de verdade, sejam coisas boas ou ruins, situações que nos fizeram crescer ou até regredir, quem sabe (?) ... E tudo vai se tornando uma reação em cadeia, vamos juntando os pedacinhos e dando forma à nossa história.

       Eu, particularmente, sempre que faço isso me sinto como se estivesse assistindo ao intervalo de um jogo de futebol na TV. Sabem, quando há toda uma programação pra gente não sair da frente da telinha? Tem os comentaristas e o famoso “tira teima”!

       Funciona assim, uma pausa para analisar os lances, que são as minhas escolhas. Por que fiz isso e não aquilo? Por que segui por lá e não por aqui? Por que esse susto com a marcação do adversário? Poderia ter feito um drible e não uma falta!

       Existem muitas perguntas e para cada uma um comentário, uma resposta, uma explicação... Isso sem julgar se foi acertada ou não, porque essa parte fica para o “tira teima”. É nesse momento que analiso escolhas polêmicas e, como as consequências já foram também vivenciadas, posso fazer o julgamento: acertei ou errei?

       No “tira teima” do futebol a análise serve para preencher aqueles minutos intermináveis do intervalo, dar crédito ou não ao juiz da partida e, enfim, para chatear a torcida. Na telinha da minha vida não é diferente, serve para preencher aqueles minutos entre o deitar e o finalmente pegar no sono, para dar uma saciada no meu ego e também para me chatear. Porque, como no futebol, os comentários e o “tira teima” não alteram o placar.

       Mas, como nos campeonatos de futebol, a vida também tem as suas rodadas. De posse das análises e anotações feitas, posso mudar a estratégia, exigir outro trio de arbitragem, trocar de campo, mudar os jogadores, a comissão técnica, ...

       São infinitas as possibilidades e escolhas. E esta é a melhor parte, poder começar de novo, traçar novas estratégias, fazer inumeras marcações ou simplesmente seguir na raça mesmo!

       E claro, aguardando o próximo intervalo... vai uma pipoca aí?



Do Balaio da Martinha

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Meus Planos 2010

       Ao final de cada ano faço uma avaliação dos últimos 365 dias que se passaram e, antes mesmo de estourar o champanhe, posso compartilhar comigo mesma as metas para os próximos 365 dias.

       Já até tentei me desligar desse ritual; mas ele realmente faz parte de mim, algo que já fez suas raízes e é uma das minhas tantas loucuras ou neuras. Acho que pode até faltar pernil ou farofa, mas essa auto-análise nunca.

       Em pleno mês de número cinco, olho para trás e algumas metas acabei não cumprindo. Faço um exercício enorme para não deixar que a autocrítica me desmotive ou faça com que eu carregue esse pesinho nos ombros: “faltou isso” ou “não fez aquilo, heim?!”.

       Analiso e vejo que a vida não acontece exatamente como planejamos e que isso é muito bom. Esse fato nos coloca de cara com o desprendimento, abrir mão de algo, e se olharmos com cautela e não com sentimento de culpa, poderemos perceber que o fato nos levou a um caminho de experiências necessárias.

       As expectativas que criamos ao longo da vida são extremamente importantes para alcançarmos a satisfação futura; mas isso não significa estar preso a algo que queremos que aconteça a qualquer preço, pois muitas vezes não teremos aquilo, não chagaremos aquele lugar, não estaremos com aquela pessoa ou naquele emprego.

       Se ao traçar planos também estivermos abertos a possibilidades não inclusas é bem capaz que alcancemos êxito mais facilmente- o êxito da realização; mesmo que não tenha sido exatamente como havíamos planejado a realização será palpável. E não nos esqueçamos do tempo necessário para desfrutar o conquistado sem se deter no que ficou para trás ou já focar na safra seguinte. Aprecie cada momento.

       Não me descabelo com a tal lista, mas ela está aqui em mãos!

Do Balaio da Thais

quarta-feira, 12 de maio de 2010

AUTOBOICOTE

CASO 1

     6:30h da manhã, estava me arrumando para mais um dia de trabalho. Olhei para o espelho e disse para mim mesma: - A partir de hoje vou controlar a minha alimentação, estou precisando emagrecer.

     Antes de sair de casa, um pão francês (uma leve extravagância, mas preciso começar o dia bem alimentada), sem miolo.

     No escritório, cerca de 10h da manhã: surpresa! Um café da manhã especial. Aniversário da Rosinete, a melhor secretária do mundo.

     Pães de queijo, bolos, enroladinhos, coxinhas, ... Delícias, delícias, delícias.
     Há algum mal em comer dois ou três? Imaginei que não, pois no almoço compensaria com uma econômica salada.

     Infelizmente não pude voltar pra casa para almoçar, e na praça de alimentação onde fiz minha refeição não tinha nenhuma salada apresentável. Acabei comendo uma massa mesmo.

 
     Como acabou tudo dando errado até o almoço, deixei pra começar a dieta amanhã, de modo que nada mais me impede de tomar um sorvetinho de sobremesa. Amanhã eu começo o regime.

 
CASO 2

     O trânsito está cada vez pior! Sempre calculei 30 minutos de antecedência como uma margem razoável para não chegar atrasada aos meus compromissos. Não tem dado certo. Mas também, com esse trânsito, quem consegue chegar no horário?

     Passei a testar 40 minutos de antecedência. Mas hoje, na hora que eu estava no carro, manobrando na garagem, percebi que esqueci meus óculos de sol. Pensei: - Será que eu volto pra pegar? Ah, é tão ruim dirigir sem óculos! Volto lá em casa rapidinho.

     Quando entrei em casa não encontrei os óculos aonde os deixei.

     Claro! Eu passei no banheiro antes de sair, eles só podem ter ficado lá!
     Pronto! De óculos na mão, saindo correndo. Mas... Já que eu voltei aqui em casa, vou beber água de uma vez, pois esqueci de fazer isso antes de sair.

     De volta ao volante: - Droga! Faltam 25 minutos para o meu compromisso!
     Bom, se antes eu conseguia chegar lá em 30 minutos, vou chegar apenas 5 minutos atrasada hoje. Fazer o quê?!


CASO 3

     Vou assistir a estréia de “Alice no País das Maravilhas”. Como sessão de estréia costuma ser lotada vou chegar uma hora mais cedo. Vou assistir no cinema do shopping porque tem várias salas com o mesmo filme, o que aumenta as minhas chances de conseguir comprar o ingresso.

     Vou lá só para assistir o filme, porque não posso gastar mais nem um centavo neste mês.
     Nossa! Não há fila nenhuma para esta sessão de estréia! Será que é por causa desse horário no começo da tarde? O pior é que eu cheguei tão cedo que vou ficar à toa durante 1 hora. O que me resta a fazer, além de dar uma olhadinha nas vitrines?

     Nem tinha notado que o inverno está chegando. Cada coisa bonita, hein! Todas as lojas com lançamento. Não é que aquele sapato que eu estou querendo está na vitrine de todas as lojas! Que coisa, hein!

     Não é possível! Nesta loja aqui ele está com a metade do preço das outras. Deve ser porque tem poucos pares. Ihhhh, se eu esperar o mês que vem, ... Aposto que não vai mais ter esse par aqui. Isso aqui é uma oportunidade. Não dá para deixar pra trás.

        - Por favor, você pode pegar um par daquele sapato da vitrine pra mim? Número 34.
...

        - Ah, que pena, não tem preto? Eu queria um preto. Mas ele está tão lindo!

        - Esse aqui da prateleira, tem preto?

        - Como eu estou precisando de um preto, vou levar esse aqui mesmo, mas como adorei o da vitrine, vou levar o marrom dele. Posso dar um cheque para o mês que vem?

 
MORAL DA HISTÓRIA

     Não é verdade que não sabemos por que estamos fora de forma; não chegamos atrasados aos nossos compromissos por causa do congestionamento no trânsito (que costuma ser o mesmo todos os dias); e não usamos o cheque especial só porque ganhamos pouco. Tudo isso está acontecendo porque, de alguma forma, não deixamos de fazer certas coisas, mesmo sabendo que elas vão nos prejudicar.

     Então, paremos de nos boicotar!!!

Do Balaio da Tati