quarta-feira, 30 de junho de 2010

Memória

me.mó.ria

sf (lat memoria) 1 Faculdade de conservar ou readquirir idéias ou imagens. 2 Lembrança, reminiscência: Memória do passado. ( Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa)

       Você já ouviu alguém contar em uma roda de amigos alguma história que o envolva e você escuta atônito e depois pergunta – “isso aconteceu mesmo?” . Na verdade nem está duvidando apenas no momento simplesmente não se recorda, acha até que é bem a sua cara o que foi contado, então fica aquela sensação – “como é que eu não lembro disso?”.
       Hoje li que a missão do Google é “organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis e úteis em caráter universal”. Eu sou viciada no Google, acho fantástico como consigo encontrar quase tudo . Mas seria bem interessante se tivessemos um mecanismo de busca similar para ajudar a nossa memória não é? Pensar em algo e em milésimos de segundos vir a memória tudo o que sabemos sobre isso. Na verdade acho até que possuímos essa ferramenta embora os dispositivos de censura sejam bem mais sofisticados, bloqueiam algumas lembranças sem nem sabermos o motivo ao certo.
       Ter a alternatva de catalogar “manualmente” cada lembrança seria muito eficiente! Por exemplo pensar em Vila Velha e aparecer tópicos e mais tópicos de tudo o que vivi por lá, então selecionar o que realmente eu quero guardar:

- Hum, Isso aqui foi espetacular então vai pro topo da lista.
- Nossa! Que fútil! Vai pra lixeira com certeza.
- ahahah que hilário! Preciso mesmo guardar esse dia...

E assim por diante!

       Eu mesma não me lembro de muitas coisas da minha própria vida, já até recebi por um tempo o apelido de “DORY” (isso mesmo, a esquecidinha do desenho “Procurando Nemo”). Já me preocupei bastante com isso, hoje nem tanto, me conformo em saber que no momento ideal vou me lembrar do que for necessário, se não me lembrar é porque não era tão importante e vital.
       Em compensação existem situações que me esforço para manter sempre na memória, em manter com “vida” algumas lembranças. Como por exemplo tudo relacionado a minha avó paterna, uma pessoa especialíssima! Fazia o tipo de prosa fácil, daquelas pessoas que a gente quer apresentar pra todo mundo. De origem humilde, mas de sabedoria digna de Salomão.
       Na impossibilidade de catalogar depois as lembranças prefiro hoje descartar episódios desagradáveis, seja uma indisposição com um desconhecido numa fila de supermercado, ou uma desavença com uma amiga do peito. Não importa! Espero que meus mecanismos de autocensura façam atualizações cada vez mais constantes e que eu consiga filtrar na memória apenas informações que possibilitem um crescimento pessoal. Nisto estou incluindo idéias e lembranças as vezes não tão agradáveis, mas quem é que não amadurece com dificuldades e tristezas?
       O que guardamos na memória nos mostra como chegamos onde estamos, e como somos! Eu me impressiono em como o passado afeta o presente e a partir do momento que temos essa percepção podemos tornar mais prazeroso viver o hoje imaginando o tipo de lembranças que teremos no futuro. Já anseio até que no futuro o tal mecanismo de autocensura se torne obsoleto e desnecessário...

Do Balaio da Martinha

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Era ali?

       Estava dirigindo e, em algum ponto do meu caminho, errei uma entrada. Lá estava eu perdida, sem retorno, em ruas que se cruzavam e me confundiam em mão e contramão. Fiquei um bom tempo fazendo curvas e falando comigo mesma "se eu não tivesse errado aquela entrada”... "se eu não tivesse que vir até aqui”... "se eu tivesse anotado o telefone do lugar..."

       Muitos e muitos "se" brincavam na montanha russa da minha mente. Louca. Porque não pensar logo naquilo que precisava fazer para chegar onde queria?

       Esse lance de perder tempo imaginando o que teria acontecido se tivesse feito uma pequena mudança ou ter tomado uma decisão diferente na vida não acontece somente comigo e agora eu não estou falando somente de uma entrada equivocada. Estou falando de acontecimentos diversos que nos leva à tortura dos "se".

       Ninguém nos obriga a fazer nada. Podemos escolher fazer qualquer coisa por considerá-la importante. Perdi alguns momentos ali me queixando das minhas responsabilidades como se fossem um fardo inevitável sem pensar que toda escolha implica um ganho e uma perda. Então não é o que aconteceu e sim o modo como eu penso no que aconteceu...

       Perco o presente pensando em como poderia ter mudado o passado; especulações que me leva a lugar algum...

       Tem cura?

 
Do Balaio da Thais

terça-feira, 1 de junho de 2010

“Fico Puto(a)!”


       Vocês já repararam que para quase tudo na vida existe uma unidade de medida? A gente mede a temperatura, a pressão, a altura, o peso, a energia, a velocidade, o fator de proteção solar, ... Por isso eu acho que deveríamos ter um medidor de raiva acumulada. Qual a utilidade disso? No mínimo, saber quando você está prestes a estourar. Como toda unidade de medida tem uma sigla (Km/h, Kg, ºC, FPS, etc), a unidade de raiva acumulada poderia ser “FP”, que significa “fico puto(a)!”.
       Se a raiva fosse medida por “FPs” cada pessoa teria sua própria tabela, porque aquilo que me deixa completamente puta, não é necessariamente algo tão grave para outra pessoa. Mas, apesar disso seria possível fazer uma “Tabela de Referência da Frequência FP”, tal como acontece com o exame de sangue, já repararam? Existe uma tabela de referência, apesar de cada pessoa ter seus próprios números (para colesterol, triglicerídeos, plaquetas, etc).
       Quantos casamentos teriam sido salvos se os companheiros entregassem junto com as alianças suas respectivas tabelas “FP”. O Padre diria: “Agora chegou o grande momento, Fulano de Tal, pode colocar a aliança na Cicrana e entregar sua Tabela de Freqüência FP”. No Jornal Nacional apareceriam notícias como: “Boa Noite. Veja no JN desta noite a notícia que abalou o país: revista Veja descobre Tabela de Freqüência FP do ex-presidente Fernando Henrique e revela que ele atribui FP150 (medida máxima – praticamente um enfarto) para a possibilidade de Lula se tornar Prêmio Nobel da Paz”.
       Isso sem contar os sites de relacionamento que teriam a chamada: “Poste sua Tabela de Frequência FP e encontre seu par ideal”. Teríamos também aqueles programinhas: “Monte você mesmo sua Tabela de Frequência FP”. As revistas de fofoca explorariam o tema com manchetes do tipo: “Juliana Paes revela: ser traída não está na sua Tabela de Frequência FP”.
       Em uma escala de 0 a 100, como seria sua Tabela de Frequência FP para: baterem no seu carro que acabou de sair da concessionária; perder um arquivo no computador (que você passou dias elaborando); pegar congestionamento no trânsito quando está a caminho de uma entrevista de emprego que você tanto esperou; deixar queimar o jantar que você preparou para as visitas que estão quase chegando; encontrar sua melhor amiga no cinema com seu ex-namorado; na hora de sair não encontrar a roupa que você decidiu colocar, ... ?

Do Balaio da Tati