domingo, 23 de maio de 2010

Tira Teima

       Quando paramos para pensar na nossa trajetória de vida, em como chegamos onde estamos no momento, lembramos de fatos e pessoas. Trazemos à memória o que nos marcou de verdade, sejam coisas boas ou ruins, situações que nos fizeram crescer ou até regredir, quem sabe (?) ... E tudo vai se tornando uma reação em cadeia, vamos juntando os pedacinhos e dando forma à nossa história.

       Eu, particularmente, sempre que faço isso me sinto como se estivesse assistindo ao intervalo de um jogo de futebol na TV. Sabem, quando há toda uma programação pra gente não sair da frente da telinha? Tem os comentaristas e o famoso “tira teima”!

       Funciona assim, uma pausa para analisar os lances, que são as minhas escolhas. Por que fiz isso e não aquilo? Por que segui por lá e não por aqui? Por que esse susto com a marcação do adversário? Poderia ter feito um drible e não uma falta!

       Existem muitas perguntas e para cada uma um comentário, uma resposta, uma explicação... Isso sem julgar se foi acertada ou não, porque essa parte fica para o “tira teima”. É nesse momento que analiso escolhas polêmicas e, como as consequências já foram também vivenciadas, posso fazer o julgamento: acertei ou errei?

       No “tira teima” do futebol a análise serve para preencher aqueles minutos intermináveis do intervalo, dar crédito ou não ao juiz da partida e, enfim, para chatear a torcida. Na telinha da minha vida não é diferente, serve para preencher aqueles minutos entre o deitar e o finalmente pegar no sono, para dar uma saciada no meu ego e também para me chatear. Porque, como no futebol, os comentários e o “tira teima” não alteram o placar.

       Mas, como nos campeonatos de futebol, a vida também tem as suas rodadas. De posse das análises e anotações feitas, posso mudar a estratégia, exigir outro trio de arbitragem, trocar de campo, mudar os jogadores, a comissão técnica, ...

       São infinitas as possibilidades e escolhas. E esta é a melhor parte, poder começar de novo, traçar novas estratégias, fazer inumeras marcações ou simplesmente seguir na raça mesmo!

       E claro, aguardando o próximo intervalo... vai uma pipoca aí?



Do Balaio da Martinha