terça-feira, 28 de setembro de 2010

O mar...

        Na poltrona do avião lendo uma revista qualquer e finalmente: - tripulação, preparar para o pouso. Começo a olhar pela janela e logo posso contemplar aquela imensidão de água, sim ele, o mar! Acho que a maioria das pessoas que não mora no litoral e ao passar alguns dias na praia só pensa em aproveitar o calor na areia, se refrescar na água e curtir as ondas! Eu só penso em olhar!! Aos poucos sentir a sintonia que surge com o barulhinho das ondas e abstrair o provocado por pessoas, animais ou carros...

       Morei alguns anos pertinho da praia e posso contar nos dedos das mãos as vezes em que saí de casa para ir à praia com direito a biquíni, protetor solar, canga, cadeira e água de coco. Há muito comprometi a minha relação com a mistura de sol quente, areia e água gelada. Prefiro o entardecer, ou uma noite presenteada com céu estrelado, lua cheia, uma brisa e o soar das ondas. Nada se compara a sentar na areia nessas circunstâncias por alguns minutos. Porque é assim que desfruto da companhia do meu cúmplice, o mar. 

       Cúmplice dos meus sonhos e medos. Guardião dos segredos. E espectador das lágrimas e risos... Me perco na paisagem mesmo rodeada de gente. Meus pensamentos absortos pela sensação espetacular de estar mais próxima de Deus, acolhida, compreendida e quem sabe absolvida. 

        Hoje, em um dia de pura fumaça no cerrado fecho os olhos e só penso nele, no meu cúmplice, o mar! 

Do Balaio da Martinha

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Dia da Thais


FELIZ ANIVERSÁRIO! Parabéns! Alegria! Feliz Aniversário! Saúde! Família! Feliz Aniversário! Amigos! Maridão! FELIZ ANIVERSÁRIO! Viagens!  Comidinhas! FELIZ ANIVERSÁRIO! Festa! Risadas! FELIZ ANIVERSÁRIO! Bobagens! Trabalho ! Feliz Aniversário! AMOR! Felicidade! Feliz Aniversário! descanso! Feliz Aniversário! DEUS! FELIZ ANIVERSÁRIO! SONHOS! FELIZ ANIVERSÁRIO! rEALIZAÇÃO! FELIZ ANIVERSÁRIO! bolo! Feliz Aniversário! ESCREVER! PENSAR! FELIZ ANIVERSÁRIO! ERRAR! Feliz Aniversário! ACERTAR! Feliz Aniversário! FELIZ ANIVERSÁRIO! Maceió! FELIZ ANIVERSÁRIO! Feliz Aniversário! Brasília! FELIZ ANIVERSÁRIO! Mundo! Filhota! Feliz Aniversário! Cuidado! FELIZ ANIVERSÁRIO!  Dinheiro! FELIZ ANIVERSÁRIO! Sucesso! AProveitar! FELIZ ANIVERSÁRIO! Ser Feliz! FELIZ ANIVERSÁRIO! bençãos! FELIZ ANIVERSÁRIO!


 Data mais que especial... 
Você merece o Melhor Tha!

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os sem lugar

       Eu conheço algumas pessoas que são a cara do lugar onde vivem. Falo daquelas pessoas que fixam raízes e passam a vida inteira em uma única cidade, às vezes no mesmo bairro e até na mesma casa.

       Os lugares por onde passamos podem ter um cheiro, uma cor, um som ou qualquer outra sensação marcante. Quem nunca disse: nossa, senti o cheiro da casa de fulano (não estando na casa de fulano)? Isso acontece porque tudo que vivemos vai construindo as referências segundo as quais enxergarmos o mundo.

       Passar a vida inteira morando na mesma cidade não significa que a pessoa não tenha se aventurado ou tido muitas experiências na vida, pois mesmo que ela tenha permanecido naquele lugar, na medida em que alguns se foram e outros vieram, o lugar deixou de ser o mesmo.

       Contudo, quem não passou pela experiência de viver em lugares muito diferentes (nos costumes, sotaque, idioma, etc.) provavelmente nunca teve a sensação de que deixou uma vida pra trás, o que normalmente inclui um trabalho, amigos, hábitos, cheiros, sons e cores.

       Experimentar viver em um lugar novo e bem diferente do que estamos acostumados é uma experiência riquíssima, mas ela também tem um preço. Quanto mais nos adaptamos a uma vida diferente, mais precisamos reconstruir nossas referências. Acontece que volta e meia as velhas referências batem à nossa porta e nos dão a sensação de estarmos fora do nosso lugar. O problema é que mesmo que a gente retorne para as velhas referências, as novas um dia baterão à nossa porta e nos darão a mesma sensação de estarmos fora do nosso lugar.

       Estou segura de que um brasileiro que vai estudar na Alemanha sabe perfeitamente que está fora do seu lugar, seja porque ele está ligado às lembranças da sua terra, seja porque os alemães fazem questão de que ele se lembre que não é de lá. Todavia, arrisco dizer que o Brasil nunca mais será o mesmo pra ele e que quanto mais ele se adaptar à Alemanha, mais o Brasil deixará de ser o seu lugar. Mesmo assim, completamente adaptado, a Alemanha nunca se tornará o seu lugar também.

       É sobre essas pessoas que eu escrevo: os sem lugar. Aqueles que, porque experimentaram mudanças significativas, tiveram a oportunidade de viver várias vidas. Digo várias vidas, porque considero que o ambiente influencia naquilo que nos tornamos, na forma como agimos e nas amizades que construímos. Como se em cada lugar vivêssemos um personagem, o que só notamos quando mudamos de papel.

        Por outro lado, se você é um sem lugar, pense bem...
        Qualquer lugar pode ser seu.

Do Balaio da Tati

domingo, 5 de setembro de 2010

Já vendi

        
          Durante a minha vida tive que aprender a lidar com mudanças. Geográficas, físicas ou químicas, penso que posso relacionar a química aos sentimentos humanos, mudanças geram inquietações em mim, pois gosto do cotidiano, gosto do meu canto, gosto das lojinhas próximas a minha moradia...
Algumas mudanças são impostas e outras de pura escolha.
- Oi, amor. Estou numa reunião. Pode falar depois? - disse ele sussurrando com a boca grudada no telefone.
- Não. Tem que ser agora, mas é rápido: estou vendendo nosso apartamento,tá? - essa era eu acabando com a reunião...
Foi assim que aconteceu a nossa mudança.
Mudanças são importantes. Pessoas mudam por necessidade ou por desejo e somos estimulados a mudar, pelo menos, para acompanhar as mudanças do mundo que são cada vez maiores. Mas o sentimento de conforto e segurança muitas vezes nos confunde: "sei que preciso mudar, mas prefiro deixar como está...".
O racional entende que a mudança precisa acontecer, o emocional precisa ser convencido e, mesmo assim, reluta. Duro é sair de uma zona de conforto, que é confortável principalmente porque é conhecida. 
Chegou o dia da mudança, que eu escolhi fazer, e estava certa que fazia o melhor, pois iria para um espaço maior e mais confortável... No dia da mudança, ao ver o caminhão chegar, o Macunaíma que habita em mim se manifestou: "ai, que preguiça da mudança".
E convivo com os meus dois "eu" interior - o que quer permanecer e o que quer mudar.Não cobro de ninguém "ser uma maluca beleza", pois não a sou, mas as mudanças fazem parte da vida e são boas quando trazem acréscimos: ir para outro emprego, promover mudanças no visual ou criar novos hábitos de vida significa ganhos e não perdas.
Mudanças para sair da comodidade, enfrentar o desconhecido, avaliar comportamentos ou ter coragem para mudar o rumo da vida...

Do Balaio da Thais