segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cozinhas mágicas...

       Não pensem que vou dar dicas culinárias agora. Quem sabe em um outro post? Afinal, lá em casa todas temos um certo fascínio pela gastronomia.
       Mas, na verdade, a magia das cozinhas deste texto não está nos quitutes ali preparados, mas nas sensações que elas provocam em alguns momentos.
       A cozinha da Thais é espetacular, não só pelos armários e eletrodomésticos, mas pelas risadas e histórias nela compartilhadas. Tenho certeza que já fomos das risadas às lágrimas nesse cômodo. Prevalecem as cenas hilárias, mas o choro às vezes aparece, nem que seja para acompanhar os anéis das cebolas.
       Sabem, estou aqui a buscar na minha memória uma destas cenas para descrever, mas acabo de descobrir que a cozinha absorve os fatos protagonizados por lá, saímos apenas mais leves, seja pelos risos, seja pelo choro, saímos livres.
       É para a cozinha da Thais que levamos revistas, livros, fotos, computador, etc. É um centro de entretenimento, relaxamento, cura. A alimentação preparada naquele lugar é altamente saudável para o corpo e para a alma.
       Quando a rotina está muito corrida e não permite “paradas estratégicas” por lá, a madruga se incube de dar esta pausa... Um chá, alguns biscoitos e mais tagarelices a despontar.
       Na casa da tia Marta também é assim. Há uma mesa em posição estratégica na cozinha e está sempre posta. As refeições duram horas porque a conversa gira em torno de assuntos variados, lembranças familiares, causos mineiríssimos, religião, política e por aí vai...
       Me arrisco a dizer que somos uma família de "cozinheiros", gostamos de colocar a "mão na massa", gostamos de comer e servir! Então, a cozinha se torna pretexto para estarmos juntos, até como uma equipe, uns ajudam, outros cozinham e tem, é claro, a platéia. Mas é tudo assim: inconsciente e natural.
       Acho que toda família tem alguns cantinhos assim, não é? Onde parece que o tempo pára, onde desfrutamos, sem maiores pretensões, a companhia das pessoas. Nesses momentos as escolhas individuais em relação à vida parecem não ter tanta importância, por alguns instantes as discordâncias familiares se dissipam e nos tornamos tão próximos, tão iguais, tão família!
       Esses momentos são tão sublimes para nós que desejamos sempre ter cozinhas maiores!
 
 
Do Balaio da Martinha